quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Divórcio e Liberdade

Artigo interessante do advogado Nicolau da Rocha Cavalcanti publicado dia 22 nas páginas do Jornal O Estado de São Paulo. Inclusive, incita uma boa reflexão para minhas turmas de Teoria Sociológica II na FVJ, que na próxima semana discutirá temáticas referentes à família:

Recentemente, a revista do New York Times publicou um artigo intitulado The Divorce Delusion, em que se dizia que a tendência contemporânea de apresentar o divórcio como algo indolor não corresponde à realidade. Heather Havrilesky, autora do artigo, entende que o divórcio na vida real está mais próximo do drama do filme Kramer vs. Kramer do que poderíamos imaginar. É uma tese ousada. Será que o esforço por desdramatizar a ruptura do casamento está sendo ineficaz?
 
 
Logo em seguida saiu no Wall Street Journal um texto de Susan Gregory Thomas sobre o mesmo tema (The Divorce Generation, 9/7), no qual retrata a diferença de atitude com relação ao casamento entre a geração X e a dos seus pais. Os mais jovens estariam mais determinados a manter a união, ainda que nem sempre o consigam. Desde o ano de 1980, a proporção de divórcios nos EUA vem caindo.
É um tema complexo. No Brasil o divórcio é recente, tem pouco mais de 30 anos. Mas já se incorporou à nossa mentalidade. É difícil encontrar quem não considere positiva a possibilidade do divórcio no regime jurídico do casamento.
 
 
O que isso significa? Que abraçamos o conceito moderno de liberdade. Liberdade como escolha, arbítrio, choice. E estamos felizes com essa liberdade, já que sempre é possível revisar, reescolher, adaptar, romper, mudar. Não nos sentimos presos: o amanhã pode ser diferente do hoje.
 
 
Num primeiro momento, essa percepção da liberdade deslumbra. Mas tem um preço: exclui a dimensão temporal das nossas escolhas. Elas ficam presas ao presente, sem transcendência vinculante para o futuro.
 
 
Ficamos limitados ao hoje, ao agora. E nos esquecemos de que somos seres temporais, cuja vida não se realiza só no hoje, mas ao longo do tempo. Não nos basta o agora: o presente - quando limitado ao presente - não nos define. Também somos história e também somos futuro.
 
 
A perspectiva do tempo é parte do fenômeno humano, ou seja, é parte da liberdade. Promessas, juras, compromissos sem a dimensão temporal são apenas palavras, são apenas presente. Sem essa transcendência vinculante para o futuro o conteúdo intencional desses atos humanos é raso e muitas vezes se assemelha a uma mentira, já que acaba por negar aquilo que em princípio deveria expressar.
 
 
Será tudo isso uma teoria? Infelizmente, não. Estreitar o horizonte da liberdade tem consequências. Um exemplo é a insegurança. Sem compromissos que ajudem a dar um sentido ao futuro o medo nos sequestra. Ficamos sem armas para lutar contra a incerteza do amanhã. Quantas vezes já não foi dito que a ansiedade é um dos grandes males da nossa época?
 
 
Mas não basta falar em escolhas, já que muitas vezes não é essa a percepção subjetiva de quem está envolvido num processo de divórcio. Este não é visto tanto como uma decisão, mas como a única saída. O drama do divórcio não pode ser separado do drama do casamento infeliz. Tratá-los isoladamente parece-me intelectualmente desonesto, existencialmente falso e ideologicamente moralista, pois é fácil criticar o divórcio sem ver o dia a dia de um casamento em apuros.
 
 
E aqui entramos num segundo aspecto importante da concepção moderna de liberdade. Encara-se que suas únicas limitações são externas e se pressupõe que internamente todos os seres humanos sejam igualmente livres. Ignora-se a necessidade de um aprendizado da liberdade (Aristóteles). Ela - em certo sentido - não é um dado, é preciso conquistá-la.
 
 
E o que isso tem que ver com o fracasso de tantos casamentos?
 
 
É preciso aprender a conviver com uma pessoa. Não basta uma vontade inicial ou uma paixão. E quando se ignora esse fato acontece o contrário do inicialmente pretendido: acabamos reféns das circunstâncias, na percepção de que o divórcio é a única solução. É interessante notar que a visão moderna de liberdade, que em princípio parece privilegiar a autonomia individual, nos devolve a uma situação pré-socrática: reféns do destino, reféns dos deuses. Já não somos donos do nosso futuro, são as circunstâncias que parecem determinar a nossa vida.
 
 
Dessa forma, o extraordinário, o heroico não é o divórcio, e sim a fidelidade. Talvez seja essa razão por que a cultura ocidental tenha buscado durante tantos séculos proteger o casamento, facilitando sua permanência no tempo, pois o mais fácil é que se rompa no meio do caminho.
 
 
E quem são os culpados pela situação atual? Penso que somos nós mesmos, ao excluirmos o conteúdo humano da fidelidade. Ficamos apenas com a forma, com as regras externas, e - na ótica contemporânea - essas são as grandes vilãs da liberdade. Por isso o divórcio foi visto como uma libertação, já que flexibilizava tais regras.
 
 
Mas será que os limites da nossa liberdade não decorrem muito mais de nós próprios, dos nossos hábitos, da nossa visão de mundo? Não é uma pergunta simples, pois incide no núcleo da nossa identidade. Afinal, somos nós ou são os outros e as circunstâncias que determinam a nossa vida? Talvez seja irreal pôr uma disjuntiva tão radical, mas o viés da nossa resposta é um interessante indicador.
 
 
Encarar o divórcio como uma alternativa possível dentro do projeto pessoal de vida significa desistir de um sonho por medo de que se torne um pesadelo. Mas será essa a única opção razoável? A desesperança merece ser uma alternativa?
 
 
Não há uma equação matemática para resolver essa questão, não existe uma resposta única. Toda opção tem o seu preço e me parece que saber o custo de cada alternativa nos ajuda a sermos mais livres. Afinal, se há um consenso no mundo de hoje, é o de que a liberdade é fundamental. Sejamos conscientes, portanto, de em qual liberdade estamos apostando.

Suposta frase de Cid sobre professores causa polêmica


Na véspera de encontro que representa uma tentativa de retomada das negociações entre Governo do Estado e docentes em greve, o assunto que dominou a assembleia geral da categoria ontem foi o discurso atribuído ao governador Cid Gomes (PSB), durante um evento sobre experiências com ensino profissionalizante, na cidade de Natal.

“Quem quer dar aula faz isso por gosto e não pelo salário. Se quer ganhar melhor, pede demissão e vai para o ensino privado. Eles pagam mais? Não. O corporativismo é uma praga”, teria dito Cid, durante visita ao Rio Grande do Norte, há duas semanas. A declaração foi veiculada por sites do estado vizinho. A declaração ganhou as redes sociais e repercutiu entre os docentes, durante o evento, no Ginásio Paulo Sarasate.

Veja a matéria completa em OPOVO

Globalização: aceleração do caos ou oportunidade de mais igualdade, democracia e prosperidade?


“Enquanto alguns adotaram uma visão pessimista, considerando a globalização como responsável pela aceleração de crises e caos, outros viram nela uma grande oportunidade de mobilizar as forças globalizantes em torno da busca de maior igualdade, democracia e prosperidade.”
GIDDENS, Anthony. Um mundo em mudanças. In: _________. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005. p.85

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A moralidade do lucro

Vídeo interessante, com argumentos bem consistentes que contestam aqueles que defendem que o lucro é algo errado, é roubo, exploração ou coisa parecida: "Lucros ganhos honestamente no mercado são morais".

Simpósio de Filosofia PROCAD PUCRS-UFC em Fortaleza

Na semana que vem participarei do Simpósio Sujeito e Liberdade na Filosofia Moderna Alemã, organizado pelo PROCAD UFC-PUCRS. Apresentarei a comunicação "Hegel e a autoridade divina do soberano hobbesiano". Será também uma oportunidade para rever professores e amigos.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Política nanica

Artigo do professor André Haguette no Jornal OPOVO de domingo:

Acometido de uma hérnia de disco deixei de escrever neste espaço durante alguns meses. No intervalo vários eventos merecedores de comentários ocorreram. Entre outros, o aumento da carga horária mínima anual no ensino básico (escola fundamental e média) de 800 para 900 horas, o que significa que os alunos passam a ter quatro horas e 50 minutos de tempo letivo por dia. A grande falha da escola pública reside no fato de o ensino efetivo não preencher todo o tempo exigido em sala de aula.

Outro evento positivo foi o lançamento do programa de combate à miséria tendo como alvo o contingente de 16,2 milhões de pessoas que ganham até RS 70 ao mês. Na campanha eleitoral, a candidata prometia um alvo maior. Mas vá lá, atingir 16 milhões já será uma conquista.

Está sendo extremamente saudável e marcante o baixo nível de tolerância da presidente Dilma à corrupção e as demissões do ministro Palocci e de membros dos ministérios dos transportes e da agricultura vão na direção, a da eliminação da impunidade. O exemplo há de vir do alto.

Finalmente, menciono a decisão polêmica do Supremo Tribunal Federal de reconhecer a união homoafetiva. Além da afirmação do “reino da igualdade absoluta, pois não se pode alegar que os heteroafetivos perdem se os homoafetivos ganham” (ministro Ayres Britto), firma-se um estado laico e republicano que deve atender a todos, independentemente de credos religiosos e éticos. A lei, num Estado de Direito, deve incluir todos, embora a sociedade civil mantenha diferenças.

Mas se o Brasil vive bons momentos, mormente na economia e na criação de empregos com carteiras assinadas, apesar de uma inflação elevada, faz dor constatar o alto nível de corrupção e a debilidade da cultura e vida política. Por mais que se avance em vários setores da vida nacional, a política continua atrasada e em nome da falsa compreensão do que seja a governabilidade o comportamento dos partidos políticos elimina toda e qualquer forma de oposição vigilante e persistente, maculando a nossa jovem democracia.

A democracia liberal representativa exige para seu bom funcionamento o dualismo funcional de “governo e oposição”. Sem oposição firme mais aberta ao diálogo caminha-se para a ditadura de um grupo só. O instituto capital das eleições é claro: governa que tem a confiança da maioria e fica na oposição quem obtém uma votação minoritária. Mas neste nosso Brasil contemporâneo todos os partidos e deputados querem gozar das benesses do governo, falsificando o jogo político e deixando os eleitores a ver navios, com seu voto tornado inútil.

A ausência de oposição fica dramática quando nem escândalos do porte daqueles que estão ocorrendo no Ministério dos Transportes, na esfera federal, e nem o escândalo dos kits sanitários, no âmbito estadual, conseguem provocar uma CPI ou mesmo convocar pessoas supostamente envolvidas a prestarem esclarecimentos na Assembleia, a Casa do Povo. O grande Max Weber considerava as Comissões Parlamentares uma marca central da democracia, um ativo parlamento tendo que supervisionar a administração.

Enquanto o País melhora em muitos aspectos, a cultura política partidária retrocede com a cumplicidade dos governantes e o silêncio impotente dos governados. O Congresso e as Assembleias continuam, portanto, obsoletos, irresponsáveis e, o mais triste, dispensáveis.

Entrevista com Demétrio Magnoli sobre racismo na escola

Na disciplina Teoria Sociológica 1, na turma do segundo período de Serviço Social da FVJ, falamos rapidamente sobre minha opinião a respeito das cotas raciais. A entrevista do professor Demétrio Magnoli é bastante esclarecedora sobre o conceito de raça. Vale a pena conferir:

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Economista Maílson da Nobrega no Roda Viva, falando sobre crise mundial e crescimento econômico

Bloco 1

Cresce em seis vezes o número de moradores de rua em Fortaleza

Em O POVO de hoje:
"Neném” é quase invisível. Não fosse por olhar os carros estacionados na movimentada avenida Dom Luís, pedindo uns trocados, ninguém notaria a presença dele. O homem de 30 anos, que prefere não aparecer para que a família no Interior não saiba por onde ele anda, dorme pelas calçadas, aninhando-se entre caixas de papelão e lençóis velhos. Antes, em Messejana. Agora, “na elite da Cidade”. “Lá (Messejana), arrumei um inimigo na rua. Não tinha mais como dormir com ele. Eu podia dormir e não acordar mais”.
Entre idas e vindas na rua, desde a adolescência, quando veio embora para a “cidade grande” e se envolveu com drogas, trabalhos e casamentos que não deram certo, ele vai vivendo. “Rua é bom. O ruim é na hora de dormir”. Neném, como é conhecido pelos companheiros, é mais um dos tantos que fizeram do relento a própria casa, na Capital. Apesar da dificuldade de mensurar essa população, por falta de pesquisas recentes, dados da Prefeitura revelam que o número de moradores de rua aumentou seis vezes (cerca de 618%), de 2008 para cá.
Em 2008, 235 (adultos acima de 18 anos) eram acompanhados pelos serviços oferecidos à população de rua. Em três anos, a quantidade de moradores acolhidos nos serviços subiu para 1.688. “A gente sente pelos nossos serviços que a população em situação de rua aumentou, sim. Só não sabemos ainda precisar o quanto”, afirmou a coordenadora da Proteção Social Especial da Secretaria Municipal da Assistência Social (Semas), Andreia Cortez. Para ela, a falta de emprego, o envolvimento com drogas e os conflitos familiares têm levado as pessoas às ruas.
“Não é a maioria, mas existem também aquelas pessoas que estão na rua porque querem liberdade, não querem comprometimento com as regras da sociedade. E fizeram disso um estilo de vida”, acrescentou. A maioria, segundo a coordenadora, se localiza no Centro e nas proximidades da avenida Beira Mar. Fernanda Gonçalves, secretária da Pastoral do Povo da Rua, citou ainda bairros com centros comerciais, como Montese, Benfica e Parangaba. “Nesses locais, eles têm possibilidade de se virar para conseguir sustento, como flanelinhas, carregadores de feira”.
Solução?
Apesar de ainda não ter dinheiro suficiente, Neném, que olha os carros na avenida Dom Luís, não quer ficar para sempre nas ruas. Sonha, tem vontade de mudar. Quer reduzir a dependência do crack. E ter onde morar. “Vou me juntar com outro e alugar um cantinho pra dormir sossegado”. Para a Coordenadora do Laboratório de Pesquisas e Estudos em Serviço Social da Universidade Estadual do Ceará (Uece), professora Aurineida Maria Cunha, no entanto, resolver a problemática dos moradores de rua é algo complexo. Vai além do lugar para morar ou de tratamentos para abandonar as drogas.
Ela aposta na implementação de políticas públicas que articulem os direitos à habitação, à educação, à saúde, ao trabalho e ao lazer, por exemplo. Fernanda Gonçalves, da Pastoral do Povo da Rua, concorda. “É preciso mexer com as estruturas. Não é dar esmola, nem migalhas. É garantir que haja uma ação integrada entre os vários setores: assistência social, habitação, saúde...”.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

No Ceará: Dilma promete enfrentar a crise gerando empregos

Investir na construção de novos projetos estruturantes no Brasil será a maneira que a presidente Dilma Rousseff promete enfrentar as novas turbulências econômico-financeiras que se configuram ao redor do mundo.

Este foi o recado deixado ontem pela chefe do Executivo nacional, em sua primeira visita ao Ceará desde que eleita. E, em seu discurso, ainda garantiu: "nós estamos mais fortes para enfrentar a crise". Segundo a presidente, o Brasil não enfrentará recessão. Pelo contrário, irá continuar investindo em obras e incentivando o consumo da população. "Nós vamos enfrentar a crise gerando emprego, assegurando a renda e defendendo o mercado interno", assinalou, apontando o projeto da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) como um exemplo dos empreendimentos que serão incentivados pelo governo federal nessa política.

Ainda em referência à usina siderúrgica, cujas obras de terraplanagem foram lançadas ontem em solenidade no Pecém, a qual participou, a presidente reforçou a importância de diversificar os países com os quais o Brasil possui parcerias comerciais, a exemplo da Coreia do Sul - já que duas das empresas sócias do empreendimento, Dongkuk e Posco, são de lá.
Veja a reportagem completa de Sergio de Souza no Diário do Nordeste de hoje.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Ouse Saber

Para quem gosta de ousar saber, e quer ficar bem informado sobre Filosofia e Educação, a dica é o blog do professor Marcos Fábio Alexandre Nicolau, da UVA em Sobral-CE.


Para acessá-lo: http://marcosfabionuva.wordpress.com/

Geração Z


Há certa resistência entre alguns estudiosos em usar termos muito fechados para definir povos, regiões ou gerações. Argumentam que definições simplificam os problemas e que toda simplificação tende a superficializar o debate. Outra corrente defende que, ainda que possam simplificar o debate, as definições têm o mérito de orientar as discussões. Fiquemos com a segunda opção.
Até pouco tempo atrás, livros e filmes ainda falavam da Geração X, aquela que substituiu os yuppies dos anos 80. Essa turma preferia o bermudão e a camisa de flanela à gravata colorida e ao relógio Rolex, ícones de seus antecessores. Isso foi no início dos anos 90. Recentemente, o mercado publicitário saudou a maioridade da Geração Y, formada pelos jovens nascidos do meio para o fim da década de 70, que assistiram à revolução tecnológica. Ao contrário de seus antecessores slackers – algo como "largadões", em inglês –, os adolescentes da metade dos anos 90 eram consumistas. Mas não de roupas, e sim de traquitanas eletrônicas. Agora, começa-se a falar na Geração Z, que engloba os nascidos em meados da década de 80.
A grande nuance dessa geração é zapear. Daí o Z. Em comum, essa juventude muda de um canal para outro na televisão. Vai da internet para o telefone, do telefone para o vídeo e retorna novamente à internet. Também troca de uma visão de mundo para outra, na vida.
Garotas e garotos da Geração Z, em sua maioria, nunca conceberam o planeta sem computador, chats, telefone celular. Por isso, são menos deslumbrados que os da Geração Y com chips e joysticks. Sua maneira de pensar foi influenciada desde o berço pelo mundo complexo e veloz que a tecnologia engendrou. Diferentemente de seus pais, sentem-se à vontade quando ligam ao mesmo tempo a televisão, o rádio, o telefone, música e internet. Outra característica essencial dessa geração é o conceito de mundo que possui, desapegado das fronteiras geográficas. Para eles, a globalização não foi um valor adquirido no meio da vida a um custo elevado. Aprenderam a conviver com ela já na infância. Como informação não lhes falta, estão um passo à frente dos mais velhos, concentrados em adaptar-se aos novos tempos.
Enquanto os demais buscam adquirir informação, o desafio que se apresenta à Geração Z é de outra natureza. Ela precisa aprender a selecionar e separar o joio do trigo. E esse desafio não se resolve com um micro veloz. A arma chama-se maturidade. É nisso, dizem os especialistas, que os jovens precisam trabalhar. Como sempre.

Fonte: Veja

Perfil: Yoani Sanchez



Yoani Sanchez (Havana, 4 de setembro de 1975) é uma filóloga e jornalista cubana. Licenciada em Filologia em 2000 na Universidade de Havana, alcançou fama internacional e numerosos prêmios por seus artigos e suas críticas da situação social em Cuba sob o governo de Fidel Castro e de seu sucessor, Raúl Castro.
É conhecida por seu blog Generación Y, editado desde abril de 2007, com dificuldades, porque não pode acessá-lo de casa, e por isso definiu-se como uma blogueira "cega". 
A revista Time a incluiu em sua lista de "cem pessoas mais influentes de 2008", dizendo que "debaixo do nariz de um regime que nunca tolerou dissensão, Sánchez exerce um direito não garantido aos jornalistas que trabalham com papel: liberdade de expressão".

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Vereador Burro chama professores de inúteis

O vereador Dario Burro (DEM), de Jacareí, cidade a 82 quilômetros de São Paulo, entrou numa polêmica ao postar ofensas contra professores nas redes sociais da internet, segundo site VNews . Entre as críticas, Dario Burro disse que "os professores são inúteis" e que "adoram palestras nas escolas! Assim eles não precisam dar aulas." O parlamentar poderá ter que responder pelas declarações.
Na sessão da Câmara, o vereador comentou a polêmica. Ele afirmou não se arrepender dos comentários que fez e diz ser livre para expor suas opiniões.
- Eu estou sendo sincero e ninguém espera sinceridade das pessoas, quanto menos os políticos - disse o vereador.
O diretor do Sindicato dos Professores, Roberto Mendes, pediu a palavra na Câmara Municipal e expôs no Plenário durante 15 minutos a indignação da categoria.
- Isso, no nosso entendimento é calúnia, é difamação. Então, ele deve responder pelo que falou. É um homem público - disse Roberto Mendes.
Na Câmara, até o momento, não há nenhuma representação contra o vereador. Se isso for feito, o pedido será analisado pela Comissão de Ética e ele pode sofrer punições.
- São quatro situações: primeiro a denúncia oral; segundo, um requerimento verbal; terceiro uma suspensão temporária do mandato; e por último, a cassação ou a perda do mandato - explicou o presidente da Comissão de Ética da Câmara, professor Marino.
Mas a polêmica também pode virar caso de polícia. Se for denunciado o vereador deve responder criminalmente pelas declarações.
- Em tese, poderá ser configurado crime de injúria pela forma como ele fez as declarações ofensivas, genéricas a uma categoria profissional - explicou o delegado Roberto Martins.
Nesse tipo de crime de injúria, a pena pode chegar a até seis meses de detenção. O sindicato dos professores informou que ainda não fez uma representação na câmara porque antes vai se reunir e decidir que medidas tomar nesse caso.
O vereador se defende, novamente atacando os professores.
- Isso também demonstra o perfil autoritário do professor. Toda vez que ele é contrariado, ele quer punir quem o contraria de alguma maneira. Dentro da sala de aula, levando para a diretoria ou reprovando e fora da sala de aula levando para a delegacia ou Judiciário.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2011/08/10/vereador-de-jacarei-em-sp-diz-que-professores-sao-inuteis-pode-responder-por-injuria-925103605.asp#ixzz1UdBeThXH

Ciro Gomes na terra dos bons ventos

O ex-ministro Ciro Gomes proferiu palestra ontem à noite, em Aracati, no Colégio Marista. Para um auditório completamente lotado, ele apontou caminhos para o desenvolvimento do Brasil.
Ciro se disse preocupado com a qualidade da política como linguagem. As constantes notícias de corrupção levam os brasileiros à desconfiança, sem reconhecer que o desenvolvimento de uma nação é consequencia de arranjos institucionais que a política faz.
O ex-governador do Ceará enumerou três fatores fundamentais para o desenvolvimento do Brasil e que, segundo ele, fizeram parte de toda experiência civilizatória bem sucedida.
Em primeiro lugar, a prosperidade de um país se deve à poupança e à capacidade de investimento e o Brasil precisa crescer 5% ao ano, poupando e investindo seu próprio suor. Ele destacou alguns entraves como o sistema tributário brasileiro, o "pior do mundo", atrapalhando trabalhadores, empresários, comerciantes e agricultores. Da mesma forma,  a Previdência Social é um problema, pois deveria cobrar não na folha de pagamento, mas no faturamento, superando o que ele chama de modelo atrasado do século XIX.
Em segundo lugar, é fundamental uma integração entre um governo forte (atuante, democrático, e não autoritário), uma academia engajada para a produção de conhecimento de ponta e transformador da realidade social, bem como um empresariado comprometido com o desenvolvimento.
Por fim, Ciro Gomes destacou a importância de se investir em capital humano, na formação humana e técnica dos brasileiros, e a preocupação com a criação de um saber sólido da educação básica ao nível superior.
A fala de Ciro Gomes deixou bons ventos de esperança na possibilidade de alcançarmos uma sociedade melhor, democrática e que socializa os frutos do desenvolvimento com liberdade.

A mãe da Sociologia

Os pais da  sociologia são, sem dúvida, Comte, Durkheim, Marx e Weber. Entretanto, havia outros pensadores importantes do mesmo período cujas contribuições devem também ser levadas em conta. Dentrer estass pessoas está uma mulher.

Harriet Martineau (1802-1876) é chamada de "a primeira socióloga mulher", ainda que não possa ser tomada, como Marx e Weber, simplesmente como uma socióloga. Autora de mais de 50 livros e numerosos ensaios, ela introduziu a sociologia na Grã-Bretânia com sua tradução do tratado fundador da disciplina, Filosofia Positiva, de Auguso Comte.

Harriet realizou, também, um estudo sistemático original da sociedade norte-americana por volta de 1830, publicado sob o título de Sociedade na América.

Anthony Giddens aponta razões para sua relevância: 1) sua afirmação de que se deve considerar uma sociedade em todos os aspectos, inclusive as instituições-chave; 2) uma análise da sociedade deve incluir um entendimento da vida das mulheres; 3) ela foi a primeira a dirigir um olhar social a questões que antes eram ignoradas. Exemplo: o casamento, a vida doméstica e religiosa, e as relações de raça.

Harriet Martineau atuou ativamente pelos direitos das mulheress e a emancipação dos escravos. Para ela, os sociológos devem, além de observar, atuar de forma a beneficiar toda a sociedade.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Lei Maria da Penha: cinco anos


Bem interessante este artigo publicado hoje em O POVO sobre a Lei Maria da Penha, lei que no domingo próximo passado completou cinco anos de vigêngia na defesa das mulheres em seu lar. A autora é Paula Castro, advogada e militante feminista:

 Brasileiras na busca por igualdade e justiça
 
Lei Maria da Penha chega aos cinco anos. Tal instrumento jurídico de proteção à mulher representa um marco na luta por igualdade e traz para o debate público uma das mais graves formas de violação dos direitos humanos das mulheres brasileiras.
A violência contra a mulher é fato incontestável. Sempre fomos vistas de forma adversa pela sociedade. Por muito tempo fomos consideradas propriedade dos maridos que, acobertados pelo manto da lei e invocando o argumento jurídico da legitima defesa da honra, podiam até nos matar.
O beneplácito social vinha em resposta às atrocidades cometidas no “aconchego do lar”. Só em 1932, com o voto feminino, é que atingimos a condição de cidadãs e o status de “cabeça do casal” só findou com a Constituição Federal de 1988 que consagrou a igualdade entre homens e mulheres.
A primeira tentativa de proteção às mulheres nasce com a Lei Maria da Penha, fruto da luta do movimento feminista e inspirada na história da biofarmacêutica cearense que por 20 anos lutou contra a indiferença e a omissão do Estado brasileiro.
Até 2006 não existia no País legislação sobre o tema. A Lei 9.099/95 legitimava a violência contra as mulheres e potencializava a hierarquia entre os gêneros, medindo a dignidade das mulheres em cestas básicas.
Com a sanção da lei 11.340/2006, impondo aos agressores penas mais rígidas, as mulheres passaram a compreender o direito a uma vida sem violência. Hoje, passados cinco anos, constatamos que, mesmo diante dos impactos positivos e na contramão de todos os avanços, a violência contra a mulher continua presente em nosso cotidiano.
Diminuem as dificuldades na aceitação da lei, mas a sociedade continua patriarcal. A cultura de desigualdade também está presente nos poderes constituídos. Não são raros os casos em que mulheres tem seus direitos negados por juízes(as) preconceituosos e sexistas.
O machismo estruturado na sociedade continua a nos acorrentar. Firmam-se pactos, assinam-se acordos, mas a rede de atendimento às mulheres continua deixando a desejar.
Claro está que a violência contra a mulher não se extingue por decreto. Para por fim às agressões contra mulheres é preciso uma política de Estado que lhes garanta emprego e renda, creches para os filhos e autonomia para reverter o quadro de miséria a que estão inseridas. Urge uma política educacional com propostas pedagógicas incluindo a educação para igualdade.
Sabendo-se que a Lei Maria da Penha garante às mulheres a efetivação do princípio da dignidade da pessoa humana e que a violência contra a mulher flagela toda a sociedade, é preciso opor-se à violência de gênero.
É preciso a reprovação social e o empenho para a desconstrução da cultura machista que continua a legitimar o comportamento agressivo de misógenos e femicidas em potencial.
Caso contrário, nós mulheres brasileiras ainda teremos muito que caminhar nesta perene busca por igualdade e justiça.

domingo, 7 de agosto de 2011

Um mundo em mudança


Nas aulas desta semana da disciplina Teoria Sociológica II, no curso de Serviço Social da FVJ, faremos algumas discussões sobre o papel dos(as) assistentes sociais em nosso mundo globalizado.
O texto base é o capítulo 3 "Um mundo em mudança" do livro Sociologia de Anthony Giddens. Ele diz, dentre outras coisas, que:
“A perspectiva global nos mostra que nossos laços cada vez maiores com o resto do mundo podem significar que nossas ações tem consequencias para outros e que os problemas do mundo têm consequencias para nós”
Será uma ótima oportunidade para refletirmos sobre como pensar globalmente e agir localmente.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

FVJ e responsabilidade social

"A participação das organizações na solução e/ou viabilidade de atenção às necessidades públicas é uma das pautas das discussões contemporâneas. Embora muitos defendam que a responsabilidade desta na esfera pública limite-se ao pagamento de impostos e ao cumprimento das leis, crescem os argumentos de que seu papel e sua missão não podem e nem devem ficar restritos a esse modo de participação. Por isso, ao adotar posturas éticas e compromissos sociais com a comunidade onde está inserida, a FVJ – Faculdade do Vale do Jaguaribe – torna-se um diferencial também frente aos movimentos e às mudanças sociais acontecidos em seus quase doze anos de existência, confirmando e instrumentalizando o seu compromisso de Responsabilidade Social.

E o que vem a ser Responsabilidade Social? A intervenção de inúmeros e diversos atores sociais exige das organizações um novo posicionamento - mais dinâmico e atual espelhado em valores éticos que promovam o desenvolvimento sustentado da sociedade em sua plenitude. A questão da responsabilidade social vai, portanto, além da postura legal da empresa, da prática filantrópica ou do apoio à comunidade. Significa mudança de atitude, resgate de dons culturais, absorção de novas informações, desenvolvimento de práticas de caráter social numa perspectiva de gestão empresarial com vistas à qualidade das relações e à geração e agregação de valores necessários a todos, por todos e para todos como objetivo principal.

Assim, a FVJ, partilhando de um quadro funcional com Especialistas, Mestres e Doutores gabaritados, tem a competência, em sua Responsabilidade Social, de elaborar, supervisionar, orientar, coordenar, planejar, programar, implantar, controlar, dirigir, executar, analisar ou avaliar estudos, pesquisas, planos, programas e projetos atinentes à realidade social local ou regional.

Exercer impacto enaltecedor em suas ações transformadoras que resultem em maior e melhor desenvolvimento do capital humano do Vale do Jaguaribe é o primeiro compromisso de Responsabilidade Social da FVJ.

Participe você também!"

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Sociologia

Uma definição de Sociologia:
“É o estudo da vida humana, dos grupos e das sociedades. É um empreendimento fascinante e irresistível, já que seu objeto de estudo é nosso próprio comportamento como seres sociais”.

Algumas questões sociológicas:
Por que somos como somos?
Por que agimos como agimos?
Será que o que encaramos como natural, inevitável, bom ou verdadeiro é realmente tal como pensamos?
Será que há forças históricas e sociais que influenciam nossas vidas?
Como nossa vida reflete os contextos de nossa experiência social?
Como a Sociologia pode ajudar em nossas vidas: 
Ajudando-nos a ter consciência das diferentes culturas;
Fornecendo ajuda prática para que possamos avaliar os resultados de iniciativas políticas;
Permitindo-nos uma maior autocompreensão.
Fonte: 
GIDDENS, Anthony. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Produção bibliográfica

Segue abaixo minhas publicações acadêmicas até o presente momento:

Hobbes: poder temporal e espiritual do Estado: http://www.marilia.unesp.br/Home/RevistasEletronicas/Kinesis/Hobbespodertemporal.pdf

A ciência moderna como elo entre a antropologia e a filosofia política de Hobbes: http://www.filosofia.ufc.br/argumentos/pdfs/edicao_2/08.pdf

Hobbes contra as autoridades livrescas: http://www.uece.br/polymatheia/dmdocuments/polymatheiav5n8_hobbes_contra_autoridades_livrescas.pdf

Hobbes: gládio soberano e fundamentação jurídica do pacto: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/intuitio/issue/view/417

Resenha do livro da professora da Unicamp Yara Frateschi A física da política: Hobbes contra Aristóteles:
http://www.revistaindice.com.br/willamgerson.pdf

Gentilezas para o convívio


Em sala de aula, a convivência pacífica e harmoniosa é fundamental para um bom desenvolvimento das potencialidades tanto dos educadores quanto dos educandos.
Para tanto, é imprescindível a troca de certas gentilezas:
Atitude de estudante de nível superior.
Compromisso com a sua formação.
Regra de ouro: Tratar as outras pessoas como gostaria de ser tratado(a).
Silêncio respeitoso nos momentos propícios.
Bom senso e honestidade.

Boas vindas

Mais um semestre se inicia e a expectativa é que possamos continuar gerando bons frutos.
O papel do educador ultrapassa os limites da sala de aula e se estende para toda a sociadade.
Ciente disso, o professor deve estar pronto para exercer a importante tarefa que lhe foi confiada e, acima de tudo, ter esperança de um mundo melhor.