segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Vassouras: protesto contra a corrupção


Integrantes da ONG Rio de Paz realizam um protesto contra a corrupção no país. Eles fixaram 594 vassouras verdes e amarelas nas areias da praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio, durante a madrugada desta segunda-feira.
Segundo os organizadores, elas representam os 513 deputados federais e 81 senadores. Para os manifestantes, a corrupção é responsável pela morte de muitos brasileiros.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Instituições de ensino privada são essenciais

Por Custódio Pereira - O Estado de S.Paulo
As instituições privadas de ensino superior assumem posição muito estratégica no Brasil, pois depende delas o sucesso na consecução de três metas decisivas para o desenvolvimento nacional: atendimento à demanda anual de alunos, formação de recursos humanos qualificados e em número suficiente para impedir o "apagão" de mão de obra que se delineia no País e incremento da pesquisa e inovação - que, a despeito de seu avanço, não podem ficar restritas a poucas universidades, tanto públicas quanto privadas.
No tocante ao primeiro objetivo, cabe enfatizar que a cada ano se formam 2 milhões de jovens no ensino médio brasileiro, dos quais 1,1 milhão ingressa diretamente em faculdades. Esse número já inclui os bolsistas do Programa Universidade para Todos (ProUni) e os abrangidos pelo sistema de cotas. Apesar de o ProUni ter contribuído para que expressivo contingente de jovens passasse a ter acesso à educação universitária, a verdade é que ainda temos um déficit anual de 900 mil estudantes. Estes não conseguem entrar em instituições públicas ou não podem arcar com a anuidades de escolas particulares.
Estima-se que mais 100 mil vagas sejam criadas nas universidades públicas federais, em decorrência do investimento de R$ 2,4 bilhões anunciado pelo governo em 2010. Mesmo assim, continuamos com uma demanda reprimida de 800 mil alunos/ano fora do ensino superior. É preciso atendê-los com qualidade, o que somente será possível, em curto prazo, por meio de instituições privadas, mediante ampliação dos programas de bolsas de estudos, muito viáveis e exequíveis, conforme tem evidenciado o sucesso do ProUni. As faculdades particulares, portanto, devem estar cada vez mais preparadas para esse propósito.
Quanto à formação de recursos humanos, um desafio consentâneo com a capacidade de atendimento à demanda de alunos, não basta oferecer vagas, é crucial a qualidade da formação acadêmica. Um bom exemplo relativo às profissões de nível de ensino superior se refere aos engenheiros. Formam-se 38 mil desses profissionais por ano no Brasil, mas a demanda do mercado é de 60 mil. A procura tende a ser cada vez maior, em razão do crescimento da indústria do petróleo e do pré-sal.
Além disso, há toda a demanda relativa à edificação da infraestrutura necessária à realização da Copa do Mundo da Fifa, em 2014, e da Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016. Pelo menos as 12 cidades brasileiras que sediarão o mundial de futebol, dentre elas a capital fluminense, na qual terão lugar as duas competições, serão autênticos canteiros de obras nos próximos anos, considerando as reformas e a construção de estádios, adequação dos espaços urbanos, estruturas de transportes coletivos e adequação de aeroportos. Levando em conta o atraso nos cronogramas, é possível inferir a grande demanda de engenheiros e profissionais de áreas correlatas, em curto espaço de tempo.
Finalmente, no que diz respeito à pesquisa e inovação, ainda é insipiente o seu desempenho no contexto das instituições particulares, ao contrário do que se observa em numerosos países desenvolvidos, em especial no tocante à ciência aplicada. É verdade que são relevantes os avanços do Brasil nesse campo tão decisivo para o fomento econômico. Nossas universidades formam cerca de 12 mil doutores por ano, número que deverá crescer de modo significativo a partir do novo Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG). O País também já havia alcançado o 13.º lugar no ranking mundial da produção científica, posição conquistada em 2008. Naquele ano, a publicação de artigos científicos atingiu a expressiva marca de 30.451.
Para ampliarmos todos esses indicadores precisamos de novas alternativas. Nesse sentido, exemplo interessante vem da União Europeia, especificamente da Espanha. O programa Campus de Excelência Internacional - que surgiu por causa da crise econômica nacional - conta com 37 projetos, de 35 universidades, que são mantidos com 70% de recursos públicos, e o restante do financiamento é proveniente de empresas. Para prestar esse importante auxílio essas organizações observam e acompanham o desenvolvimento dos projetos.
Avançar em produção científica, pesquisa e inovação é crucial, pois nossos indicadores estão aquém das necessidades de uma nação com 190 milhões de habitantes, detentora da maior reserva hídrica, da mais ampla biodiversidade, da mais extensa área disponível para agricultura e bioenergia e de uma das mais abundantes reservas petrolíferas do mundo (a do pré-sal). Ou seja, um país que precisa de conhecimento e tecnologia para converter seus fabulosos recursos naturais em fatores de soberania, geração de riquezas, criação de empregos e vantagens competitivas no âmbito da economia mundial. Não podemos esperar que toda essa demanda possa ser atendida apenas nos laboratórios acadêmicos do setor público.
Por todas essas razões, a gestão das instituições privadas do ensino superior deve ser eficaz e profissional. Essas escolas, tão ou mais do que as empresas, precisam responder aos requisitos contemporâneos da sustentabilidade, sendo economicamente viáveis e, principalmente, socialmente justas, para terem longevidade, poderem receber alunos de todas as esferas socioeconômicas, ministrar-lhes educação acadêmica de excelência e produzir tecnologia e conhecimento. Estamos construindo o Brasil que queremos para o futuro dos nossos filhos e netos. Por isso a academia tem enorme responsabilidade em oferecer o que tem de melhor, independentemente das instituições de ensino serem com ou sem fins lucrativos. O País precisa que seja assim!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Educar para o empreendedorismo

Por Marcos Troyjo

O cubano Paco, de 60 anos, é motorista de uma operadora turística em Havana. Formação acadêmica? Engenharia naval. Durante a Guerra Fria, estudou graças à cooperação educacional que a então União Soviética prestava a Cuba.
Em aulas traduzidas de um professor russo para o espanhol, aprendeu a estruturar barcos quebra-gelo. Seu livro-texto era um manual soviético dos anos 40. Paco aprendera uma tecnologia ultrapassada, sem pertinência para Cuba.
O espanhol José Alonso tem 28 anos. Cresceu na classe média de Valência. Estudou ciência da computação. Estagiou na IBM. Teve uma pontocom que não durou muito. Fez mestrado nos EUA. Voltou à Espanha há dois anos. Está desempregado. Sua hora de programação custa no mercado espanhol US$ 50.
Possíveis empregadores recorrem a free-lancers no Vietnã ou Paquistão por US$ 5 a hora.
Argentina e Uruguai têm educado sua população há mais de 100 anos. Ainda assim, começaram o século XXI em pior forma do que o XX. Formaram cidadãos cultos, politicamente conscientes. Mas economicamente pouco competitivos.
A globalização está criando um duro desafio para a ideia de educação como panaceia aos problemas de um país. Hoje, além da pertinência e atualidade, é um certo enfoque dos conhecimentos que capacita à competitividade no século XXI: a educação para o empreendedorismo.
Não devemos entender, como se faz muito no Brasil, que empreender é sinônimo de abrir uma franquia ou mesmo ter seu próprio negócio.
Empreendedorismo é a ação individual, com vistas à agregação de valor, que almeja quebrar a inércia de uma determinada entidade (empresa, governo ou Organização Não Governamental) mediante atuação essencialmente inovadora.
Como bem mostram estudos recentes de “The Economist”, a rotina é o pior inimigo da empregabilidade. Tudo o que pode ser “rotinizável” corre o risco de transformar-se em matéria-prima para algoritmos que delineiam os contornos da rotina e a traduzem em software.
E daí substituir – com vantagens – o trabalho humano. Assim, carreiras lineares do começo da vida adulta ao embranquecimento dos cabelos, dentro ou fora de uma única empresa, serão cada vez mais raras.
Esse é um dilema para o Brasil. O grande empregador da economia é o governo em seus vários níveis administrativos. Combatemos o mal presente do desemprego com a hipertrofia dos quadros estatais.
Com a carga tributária desproporcional às contrapartidas de serviços básicos no país. Com os juros mais altos do mundo. Com um influxo de investimento estrangeiro direto que não será eterno.
Para engendrar essa nova educação para o empreendedorismo, é cada vez mais estratégica a relação umbilical escola-empresa.
Esta proximidade conceitual, com a ênfase nos aspectos empreendedores, deve ser acompanhada da proximidade física, com a estruturação crescente de unidades educacionais em regiões geograficamente densas em empresas de base tecnológica, os chamados “clusters”.
É assim que agregaremos nos mais variados programas de escola secundária e universitária a técnica e visão empreendedoras que permitam a médicos, contadores, engenheiros e químicos abordar cada desafio com inovação.
Fonte: Brasil Econômico, 13/09/2011

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Cidadania nas Redes Sociais


BRASÍLIA - "A gente não entende nada de política", avisam as irmãs Lucianna, 30 anos, e Daniella Kalil, 32. Elas montaram uma página no Facebook no começo de agosto e "bombaram". Um mês depois, levaram 25 mil pessoas às ruas de Brasília para protestar contra a corrupção e ofuscaram a presidente Dilma Rousseff no desfile oficial do 7 de Setembro. Para elas, não é defeito o desconhecimento detalhado sobre política. "Não precisa entender de política para saber que falta transparência no Brasil. O povo precisa se mobilizar, ninguém faz nada", diz Lucianna.


As irmãs estão longe da elite de Brasília e dos partidos políticos. Lucianna é autônoma, vendedora comercial e mora de aluguel com o marido. O casal tem uma renda mensal de R$ 6 mil. Daniella não tem emprego fixo, vive de comissões como corretora e mora com a mãe em Sobradinho, periferia do Distrito Federal. Lucianna é mais contida. Daniella, não: "Eu sou da ‘night’ (noite)".
As duas já votaram no ex-presidente Lula, em Marina Silva, no tucano José Serra e em deputados e senadores de PT, PSB, DEM e PSDB. O voto, para elas, é na pessoa. "Para federal, eu votei no Paulo Tadeu (PT) porque ele ajuda Sobradinho", diz Daniella. Feliz da vida com o sucesso da marcha, ela agora começa a sonhar com a política. "Estudei com o deputado (Antônio) Reguffe na faculdade e quero entrar no partido dele, nem sei qual é. Qual é?" Reguffe é do PDT.
Orgulhosa dos 3,7 mil seguidores na página pessoal do Facebook, Daniella alerta: "Quero me engajar. Já estou lendo muito mais. Pesquisei muito no Google sobre política. Estou aprendendo muito". Lucianna não gostou da ideia: "Nunca me envolvi e não vou me envolver. Prefiro ajudar na conscientização popular". Numa coisa as duas concordaram no protesto de quarta-feira: impedir o uso de adereços partidários. "Mandei abaixar as bandeiras. É um movimento apartidário", diz Lucianna.
A ideia das irmãs de criar a Marcha Contra a Corrupção surgiu dos recentes escândalos envolvendo os Ministérios da Agricultura e dos Transportes, logo após a queda de Antonio Palocci da Casa Civil. "As coisas precisam mudar. Não precisa entender de política para saber que a Dilma está fazendo manobras nessa faxina", afirma Lucianna. "Ela está tapando o sol com a peneira."
Para protestar, as duas montaram então o "evento" "Marcha da Corrupção" no Facebook. Em poucos dias, mais de 5 mil pessoas aderiram.
Na semana passada, chegou a 25 mil, mesmo público que, segundo estimativa da Polícia Militar do DF, tomou conta da Esplanada dos Ministérios na quarta-feira.

Fonte: O Estado de São Paulo

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Baião do Aracati

 

Igreja Católica Matriz de Aracati

Aracati, é uma cidade compridinha
Mas torta que nem uma linha
Que a gente joga no chão
Mas mesmo torta e além disso tão distante
Não me sai um só instante
De dentro do coração.

REFRÃO
Ai... não posso mais ficar aqui
Eu vou voltar
Pro meu querido Aracati

Em Majorlândia, linda praia ensolarada
Se come a melhor peixada
Lá no meu Aracati
Cana do Cumbe, tira-gosto de caju
Fritada de sururu
Cumbica de murici.

Eu vou de caminhão,
Comendo pó do chão
Não me incomodo não
Porque eu quero é ir
Pro meu ARACATI !!!