BRASÍLIA - "A gente não entende nada de
política", avisam as irmãs Lucianna, 30 anos, e Daniella Kalil, 32. Elas
montaram uma página no Facebook no começo de agosto e "bombaram". Um
mês depois, levaram 25 mil pessoas às ruas de Brasília para protestar contra a
corrupção e ofuscaram a presidente Dilma Rousseff no desfile oficial do 7 de
Setembro. Para elas, não é defeito o desconhecimento detalhado sobre política.
"Não precisa entender de política para saber que falta transparência no
Brasil. O povo precisa se mobilizar, ninguém faz nada", diz Lucianna.
As irmãs estão longe da elite de Brasília e dos partidos políticos. Lucianna é autônoma, vendedora comercial e mora de aluguel com o marido. O casal tem uma renda mensal de R$ 6 mil. Daniella não tem emprego fixo, vive de comissões como corretora e mora com a mãe em Sobradinho, periferia do Distrito Federal. Lucianna é mais contida. Daniella, não: "Eu sou da ‘night’ (noite)".
As irmãs estão longe da elite de Brasília e dos partidos políticos. Lucianna é autônoma, vendedora comercial e mora de aluguel com o marido. O casal tem uma renda mensal de R$ 6 mil. Daniella não tem emprego fixo, vive de comissões como corretora e mora com a mãe em Sobradinho, periferia do Distrito Federal. Lucianna é mais contida. Daniella, não: "Eu sou da ‘night’ (noite)".
As duas já votaram no ex-presidente Lula, em Marina
Silva, no tucano José Serra e em deputados e senadores de PT, PSB, DEM e PSDB.
O voto, para elas, é na pessoa. "Para federal, eu votei no Paulo Tadeu
(PT) porque ele ajuda Sobradinho", diz Daniella. Feliz da vida com o
sucesso da marcha, ela agora começa a sonhar com a política. "Estudei com
o deputado (Antônio) Reguffe na faculdade e quero entrar no partido dele, nem
sei qual é. Qual é?" Reguffe é do PDT.
Orgulhosa dos 3,7 mil seguidores na página pessoal
do Facebook, Daniella alerta: "Quero me engajar. Já estou lendo muito
mais. Pesquisei muito no Google sobre política. Estou aprendendo muito".
Lucianna não gostou da ideia: "Nunca me envolvi e não vou me envolver.
Prefiro ajudar na conscientização popular". Numa coisa as duas concordaram
no protesto de quarta-feira: impedir o uso de adereços partidários.
"Mandei abaixar as bandeiras. É um movimento apartidário", diz
Lucianna.
A ideia das irmãs de criar a Marcha Contra a
Corrupção surgiu dos recentes escândalos envolvendo os Ministérios da
Agricultura e dos Transportes, logo após a queda de Antonio Palocci da Casa
Civil. "As coisas precisam mudar. Não precisa entender de política para
saber que a Dilma está fazendo manobras nessa faxina", afirma Lucianna.
"Ela está tapando o sol com a peneira."
Para protestar, as duas montaram então o
"evento" "Marcha da Corrupção" no Facebook. Em poucos dias,
mais de 5 mil pessoas aderiram.
Na semana passada, chegou a 25 mil, mesmo público
que, segundo estimativa da Polícia Militar do DF, tomou conta da Esplanada dos
Ministérios na quarta-feira.
Fonte: O Estado de São Paulo
Fonte: O Estado de São Paulo
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