segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Vassouras: protesto contra a corrupção


Integrantes da ONG Rio de Paz realizam um protesto contra a corrupção no país. Eles fixaram 594 vassouras verdes e amarelas nas areias da praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio, durante a madrugada desta segunda-feira.
Segundo os organizadores, elas representam os 513 deputados federais e 81 senadores. Para os manifestantes, a corrupção é responsável pela morte de muitos brasileiros.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Instituições de ensino privada são essenciais

Por Custódio Pereira - O Estado de S.Paulo
As instituições privadas de ensino superior assumem posição muito estratégica no Brasil, pois depende delas o sucesso na consecução de três metas decisivas para o desenvolvimento nacional: atendimento à demanda anual de alunos, formação de recursos humanos qualificados e em número suficiente para impedir o "apagão" de mão de obra que se delineia no País e incremento da pesquisa e inovação - que, a despeito de seu avanço, não podem ficar restritas a poucas universidades, tanto públicas quanto privadas.
No tocante ao primeiro objetivo, cabe enfatizar que a cada ano se formam 2 milhões de jovens no ensino médio brasileiro, dos quais 1,1 milhão ingressa diretamente em faculdades. Esse número já inclui os bolsistas do Programa Universidade para Todos (ProUni) e os abrangidos pelo sistema de cotas. Apesar de o ProUni ter contribuído para que expressivo contingente de jovens passasse a ter acesso à educação universitária, a verdade é que ainda temos um déficit anual de 900 mil estudantes. Estes não conseguem entrar em instituições públicas ou não podem arcar com a anuidades de escolas particulares.
Estima-se que mais 100 mil vagas sejam criadas nas universidades públicas federais, em decorrência do investimento de R$ 2,4 bilhões anunciado pelo governo em 2010. Mesmo assim, continuamos com uma demanda reprimida de 800 mil alunos/ano fora do ensino superior. É preciso atendê-los com qualidade, o que somente será possível, em curto prazo, por meio de instituições privadas, mediante ampliação dos programas de bolsas de estudos, muito viáveis e exequíveis, conforme tem evidenciado o sucesso do ProUni. As faculdades particulares, portanto, devem estar cada vez mais preparadas para esse propósito.
Quanto à formação de recursos humanos, um desafio consentâneo com a capacidade de atendimento à demanda de alunos, não basta oferecer vagas, é crucial a qualidade da formação acadêmica. Um bom exemplo relativo às profissões de nível de ensino superior se refere aos engenheiros. Formam-se 38 mil desses profissionais por ano no Brasil, mas a demanda do mercado é de 60 mil. A procura tende a ser cada vez maior, em razão do crescimento da indústria do petróleo e do pré-sal.
Além disso, há toda a demanda relativa à edificação da infraestrutura necessária à realização da Copa do Mundo da Fifa, em 2014, e da Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016. Pelo menos as 12 cidades brasileiras que sediarão o mundial de futebol, dentre elas a capital fluminense, na qual terão lugar as duas competições, serão autênticos canteiros de obras nos próximos anos, considerando as reformas e a construção de estádios, adequação dos espaços urbanos, estruturas de transportes coletivos e adequação de aeroportos. Levando em conta o atraso nos cronogramas, é possível inferir a grande demanda de engenheiros e profissionais de áreas correlatas, em curto espaço de tempo.
Finalmente, no que diz respeito à pesquisa e inovação, ainda é insipiente o seu desempenho no contexto das instituições particulares, ao contrário do que se observa em numerosos países desenvolvidos, em especial no tocante à ciência aplicada. É verdade que são relevantes os avanços do Brasil nesse campo tão decisivo para o fomento econômico. Nossas universidades formam cerca de 12 mil doutores por ano, número que deverá crescer de modo significativo a partir do novo Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG). O País também já havia alcançado o 13.º lugar no ranking mundial da produção científica, posição conquistada em 2008. Naquele ano, a publicação de artigos científicos atingiu a expressiva marca de 30.451.
Para ampliarmos todos esses indicadores precisamos de novas alternativas. Nesse sentido, exemplo interessante vem da União Europeia, especificamente da Espanha. O programa Campus de Excelência Internacional - que surgiu por causa da crise econômica nacional - conta com 37 projetos, de 35 universidades, que são mantidos com 70% de recursos públicos, e o restante do financiamento é proveniente de empresas. Para prestar esse importante auxílio essas organizações observam e acompanham o desenvolvimento dos projetos.
Avançar em produção científica, pesquisa e inovação é crucial, pois nossos indicadores estão aquém das necessidades de uma nação com 190 milhões de habitantes, detentora da maior reserva hídrica, da mais ampla biodiversidade, da mais extensa área disponível para agricultura e bioenergia e de uma das mais abundantes reservas petrolíferas do mundo (a do pré-sal). Ou seja, um país que precisa de conhecimento e tecnologia para converter seus fabulosos recursos naturais em fatores de soberania, geração de riquezas, criação de empregos e vantagens competitivas no âmbito da economia mundial. Não podemos esperar que toda essa demanda possa ser atendida apenas nos laboratórios acadêmicos do setor público.
Por todas essas razões, a gestão das instituições privadas do ensino superior deve ser eficaz e profissional. Essas escolas, tão ou mais do que as empresas, precisam responder aos requisitos contemporâneos da sustentabilidade, sendo economicamente viáveis e, principalmente, socialmente justas, para terem longevidade, poderem receber alunos de todas as esferas socioeconômicas, ministrar-lhes educação acadêmica de excelência e produzir tecnologia e conhecimento. Estamos construindo o Brasil que queremos para o futuro dos nossos filhos e netos. Por isso a academia tem enorme responsabilidade em oferecer o que tem de melhor, independentemente das instituições de ensino serem com ou sem fins lucrativos. O País precisa que seja assim!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Educar para o empreendedorismo

Por Marcos Troyjo

O cubano Paco, de 60 anos, é motorista de uma operadora turística em Havana. Formação acadêmica? Engenharia naval. Durante a Guerra Fria, estudou graças à cooperação educacional que a então União Soviética prestava a Cuba.
Em aulas traduzidas de um professor russo para o espanhol, aprendeu a estruturar barcos quebra-gelo. Seu livro-texto era um manual soviético dos anos 40. Paco aprendera uma tecnologia ultrapassada, sem pertinência para Cuba.
O espanhol José Alonso tem 28 anos. Cresceu na classe média de Valência. Estudou ciência da computação. Estagiou na IBM. Teve uma pontocom que não durou muito. Fez mestrado nos EUA. Voltou à Espanha há dois anos. Está desempregado. Sua hora de programação custa no mercado espanhol US$ 50.
Possíveis empregadores recorrem a free-lancers no Vietnã ou Paquistão por US$ 5 a hora.
Argentina e Uruguai têm educado sua população há mais de 100 anos. Ainda assim, começaram o século XXI em pior forma do que o XX. Formaram cidadãos cultos, politicamente conscientes. Mas economicamente pouco competitivos.
A globalização está criando um duro desafio para a ideia de educação como panaceia aos problemas de um país. Hoje, além da pertinência e atualidade, é um certo enfoque dos conhecimentos que capacita à competitividade no século XXI: a educação para o empreendedorismo.
Não devemos entender, como se faz muito no Brasil, que empreender é sinônimo de abrir uma franquia ou mesmo ter seu próprio negócio.
Empreendedorismo é a ação individual, com vistas à agregação de valor, que almeja quebrar a inércia de uma determinada entidade (empresa, governo ou Organização Não Governamental) mediante atuação essencialmente inovadora.
Como bem mostram estudos recentes de “The Economist”, a rotina é o pior inimigo da empregabilidade. Tudo o que pode ser “rotinizável” corre o risco de transformar-se em matéria-prima para algoritmos que delineiam os contornos da rotina e a traduzem em software.
E daí substituir – com vantagens – o trabalho humano. Assim, carreiras lineares do começo da vida adulta ao embranquecimento dos cabelos, dentro ou fora de uma única empresa, serão cada vez mais raras.
Esse é um dilema para o Brasil. O grande empregador da economia é o governo em seus vários níveis administrativos. Combatemos o mal presente do desemprego com a hipertrofia dos quadros estatais.
Com a carga tributária desproporcional às contrapartidas de serviços básicos no país. Com os juros mais altos do mundo. Com um influxo de investimento estrangeiro direto que não será eterno.
Para engendrar essa nova educação para o empreendedorismo, é cada vez mais estratégica a relação umbilical escola-empresa.
Esta proximidade conceitual, com a ênfase nos aspectos empreendedores, deve ser acompanhada da proximidade física, com a estruturação crescente de unidades educacionais em regiões geograficamente densas em empresas de base tecnológica, os chamados “clusters”.
É assim que agregaremos nos mais variados programas de escola secundária e universitária a técnica e visão empreendedoras que permitam a médicos, contadores, engenheiros e químicos abordar cada desafio com inovação.
Fonte: Brasil Econômico, 13/09/2011

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Cidadania nas Redes Sociais


BRASÍLIA - "A gente não entende nada de política", avisam as irmãs Lucianna, 30 anos, e Daniella Kalil, 32. Elas montaram uma página no Facebook no começo de agosto e "bombaram". Um mês depois, levaram 25 mil pessoas às ruas de Brasília para protestar contra a corrupção e ofuscaram a presidente Dilma Rousseff no desfile oficial do 7 de Setembro. Para elas, não é defeito o desconhecimento detalhado sobre política. "Não precisa entender de política para saber que falta transparência no Brasil. O povo precisa se mobilizar, ninguém faz nada", diz Lucianna.


As irmãs estão longe da elite de Brasília e dos partidos políticos. Lucianna é autônoma, vendedora comercial e mora de aluguel com o marido. O casal tem uma renda mensal de R$ 6 mil. Daniella não tem emprego fixo, vive de comissões como corretora e mora com a mãe em Sobradinho, periferia do Distrito Federal. Lucianna é mais contida. Daniella, não: "Eu sou da ‘night’ (noite)".
As duas já votaram no ex-presidente Lula, em Marina Silva, no tucano José Serra e em deputados e senadores de PT, PSB, DEM e PSDB. O voto, para elas, é na pessoa. "Para federal, eu votei no Paulo Tadeu (PT) porque ele ajuda Sobradinho", diz Daniella. Feliz da vida com o sucesso da marcha, ela agora começa a sonhar com a política. "Estudei com o deputado (Antônio) Reguffe na faculdade e quero entrar no partido dele, nem sei qual é. Qual é?" Reguffe é do PDT.
Orgulhosa dos 3,7 mil seguidores na página pessoal do Facebook, Daniella alerta: "Quero me engajar. Já estou lendo muito mais. Pesquisei muito no Google sobre política. Estou aprendendo muito". Lucianna não gostou da ideia: "Nunca me envolvi e não vou me envolver. Prefiro ajudar na conscientização popular". Numa coisa as duas concordaram no protesto de quarta-feira: impedir o uso de adereços partidários. "Mandei abaixar as bandeiras. É um movimento apartidário", diz Lucianna.
A ideia das irmãs de criar a Marcha Contra a Corrupção surgiu dos recentes escândalos envolvendo os Ministérios da Agricultura e dos Transportes, logo após a queda de Antonio Palocci da Casa Civil. "As coisas precisam mudar. Não precisa entender de política para saber que a Dilma está fazendo manobras nessa faxina", afirma Lucianna. "Ela está tapando o sol com a peneira."
Para protestar, as duas montaram então o "evento" "Marcha da Corrupção" no Facebook. Em poucos dias, mais de 5 mil pessoas aderiram.
Na semana passada, chegou a 25 mil, mesmo público que, segundo estimativa da Polícia Militar do DF, tomou conta da Esplanada dos Ministérios na quarta-feira.

Fonte: O Estado de São Paulo

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Baião do Aracati

 

Igreja Católica Matriz de Aracati

Aracati, é uma cidade compridinha
Mas torta que nem uma linha
Que a gente joga no chão
Mas mesmo torta e além disso tão distante
Não me sai um só instante
De dentro do coração.

REFRÃO
Ai... não posso mais ficar aqui
Eu vou voltar
Pro meu querido Aracati

Em Majorlândia, linda praia ensolarada
Se come a melhor peixada
Lá no meu Aracati
Cana do Cumbe, tira-gosto de caju
Fritada de sururu
Cumbica de murici.

Eu vou de caminhão,
Comendo pó do chão
Não me incomodo não
Porque eu quero é ir
Pro meu ARACATI !!!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Divórcio e Liberdade

Artigo interessante do advogado Nicolau da Rocha Cavalcanti publicado dia 22 nas páginas do Jornal O Estado de São Paulo. Inclusive, incita uma boa reflexão para minhas turmas de Teoria Sociológica II na FVJ, que na próxima semana discutirá temáticas referentes à família:

Recentemente, a revista do New York Times publicou um artigo intitulado The Divorce Delusion, em que se dizia que a tendência contemporânea de apresentar o divórcio como algo indolor não corresponde à realidade. Heather Havrilesky, autora do artigo, entende que o divórcio na vida real está mais próximo do drama do filme Kramer vs. Kramer do que poderíamos imaginar. É uma tese ousada. Será que o esforço por desdramatizar a ruptura do casamento está sendo ineficaz?
 
 
Logo em seguida saiu no Wall Street Journal um texto de Susan Gregory Thomas sobre o mesmo tema (The Divorce Generation, 9/7), no qual retrata a diferença de atitude com relação ao casamento entre a geração X e a dos seus pais. Os mais jovens estariam mais determinados a manter a união, ainda que nem sempre o consigam. Desde o ano de 1980, a proporção de divórcios nos EUA vem caindo.
É um tema complexo. No Brasil o divórcio é recente, tem pouco mais de 30 anos. Mas já se incorporou à nossa mentalidade. É difícil encontrar quem não considere positiva a possibilidade do divórcio no regime jurídico do casamento.
 
 
O que isso significa? Que abraçamos o conceito moderno de liberdade. Liberdade como escolha, arbítrio, choice. E estamos felizes com essa liberdade, já que sempre é possível revisar, reescolher, adaptar, romper, mudar. Não nos sentimos presos: o amanhã pode ser diferente do hoje.
 
 
Num primeiro momento, essa percepção da liberdade deslumbra. Mas tem um preço: exclui a dimensão temporal das nossas escolhas. Elas ficam presas ao presente, sem transcendência vinculante para o futuro.
 
 
Ficamos limitados ao hoje, ao agora. E nos esquecemos de que somos seres temporais, cuja vida não se realiza só no hoje, mas ao longo do tempo. Não nos basta o agora: o presente - quando limitado ao presente - não nos define. Também somos história e também somos futuro.
 
 
A perspectiva do tempo é parte do fenômeno humano, ou seja, é parte da liberdade. Promessas, juras, compromissos sem a dimensão temporal são apenas palavras, são apenas presente. Sem essa transcendência vinculante para o futuro o conteúdo intencional desses atos humanos é raso e muitas vezes se assemelha a uma mentira, já que acaba por negar aquilo que em princípio deveria expressar.
 
 
Será tudo isso uma teoria? Infelizmente, não. Estreitar o horizonte da liberdade tem consequências. Um exemplo é a insegurança. Sem compromissos que ajudem a dar um sentido ao futuro o medo nos sequestra. Ficamos sem armas para lutar contra a incerteza do amanhã. Quantas vezes já não foi dito que a ansiedade é um dos grandes males da nossa época?
 
 
Mas não basta falar em escolhas, já que muitas vezes não é essa a percepção subjetiva de quem está envolvido num processo de divórcio. Este não é visto tanto como uma decisão, mas como a única saída. O drama do divórcio não pode ser separado do drama do casamento infeliz. Tratá-los isoladamente parece-me intelectualmente desonesto, existencialmente falso e ideologicamente moralista, pois é fácil criticar o divórcio sem ver o dia a dia de um casamento em apuros.
 
 
E aqui entramos num segundo aspecto importante da concepção moderna de liberdade. Encara-se que suas únicas limitações são externas e se pressupõe que internamente todos os seres humanos sejam igualmente livres. Ignora-se a necessidade de um aprendizado da liberdade (Aristóteles). Ela - em certo sentido - não é um dado, é preciso conquistá-la.
 
 
E o que isso tem que ver com o fracasso de tantos casamentos?
 
 
É preciso aprender a conviver com uma pessoa. Não basta uma vontade inicial ou uma paixão. E quando se ignora esse fato acontece o contrário do inicialmente pretendido: acabamos reféns das circunstâncias, na percepção de que o divórcio é a única solução. É interessante notar que a visão moderna de liberdade, que em princípio parece privilegiar a autonomia individual, nos devolve a uma situação pré-socrática: reféns do destino, reféns dos deuses. Já não somos donos do nosso futuro, são as circunstâncias que parecem determinar a nossa vida.
 
 
Dessa forma, o extraordinário, o heroico não é o divórcio, e sim a fidelidade. Talvez seja essa razão por que a cultura ocidental tenha buscado durante tantos séculos proteger o casamento, facilitando sua permanência no tempo, pois o mais fácil é que se rompa no meio do caminho.
 
 
E quem são os culpados pela situação atual? Penso que somos nós mesmos, ao excluirmos o conteúdo humano da fidelidade. Ficamos apenas com a forma, com as regras externas, e - na ótica contemporânea - essas são as grandes vilãs da liberdade. Por isso o divórcio foi visto como uma libertação, já que flexibilizava tais regras.
 
 
Mas será que os limites da nossa liberdade não decorrem muito mais de nós próprios, dos nossos hábitos, da nossa visão de mundo? Não é uma pergunta simples, pois incide no núcleo da nossa identidade. Afinal, somos nós ou são os outros e as circunstâncias que determinam a nossa vida? Talvez seja irreal pôr uma disjuntiva tão radical, mas o viés da nossa resposta é um interessante indicador.
 
 
Encarar o divórcio como uma alternativa possível dentro do projeto pessoal de vida significa desistir de um sonho por medo de que se torne um pesadelo. Mas será essa a única opção razoável? A desesperança merece ser uma alternativa?
 
 
Não há uma equação matemática para resolver essa questão, não existe uma resposta única. Toda opção tem o seu preço e me parece que saber o custo de cada alternativa nos ajuda a sermos mais livres. Afinal, se há um consenso no mundo de hoje, é o de que a liberdade é fundamental. Sejamos conscientes, portanto, de em qual liberdade estamos apostando.

Suposta frase de Cid sobre professores causa polêmica


Na véspera de encontro que representa uma tentativa de retomada das negociações entre Governo do Estado e docentes em greve, o assunto que dominou a assembleia geral da categoria ontem foi o discurso atribuído ao governador Cid Gomes (PSB), durante um evento sobre experiências com ensino profissionalizante, na cidade de Natal.

“Quem quer dar aula faz isso por gosto e não pelo salário. Se quer ganhar melhor, pede demissão e vai para o ensino privado. Eles pagam mais? Não. O corporativismo é uma praga”, teria dito Cid, durante visita ao Rio Grande do Norte, há duas semanas. A declaração foi veiculada por sites do estado vizinho. A declaração ganhou as redes sociais e repercutiu entre os docentes, durante o evento, no Ginásio Paulo Sarasate.

Veja a matéria completa em OPOVO

Globalização: aceleração do caos ou oportunidade de mais igualdade, democracia e prosperidade?


“Enquanto alguns adotaram uma visão pessimista, considerando a globalização como responsável pela aceleração de crises e caos, outros viram nela uma grande oportunidade de mobilizar as forças globalizantes em torno da busca de maior igualdade, democracia e prosperidade.”
GIDDENS, Anthony. Um mundo em mudanças. In: _________. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005. p.85

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A moralidade do lucro

Vídeo interessante, com argumentos bem consistentes que contestam aqueles que defendem que o lucro é algo errado, é roubo, exploração ou coisa parecida: "Lucros ganhos honestamente no mercado são morais".

Simpósio de Filosofia PROCAD PUCRS-UFC em Fortaleza

Na semana que vem participarei do Simpósio Sujeito e Liberdade na Filosofia Moderna Alemã, organizado pelo PROCAD UFC-PUCRS. Apresentarei a comunicação "Hegel e a autoridade divina do soberano hobbesiano". Será também uma oportunidade para rever professores e amigos.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Política nanica

Artigo do professor André Haguette no Jornal OPOVO de domingo:

Acometido de uma hérnia de disco deixei de escrever neste espaço durante alguns meses. No intervalo vários eventos merecedores de comentários ocorreram. Entre outros, o aumento da carga horária mínima anual no ensino básico (escola fundamental e média) de 800 para 900 horas, o que significa que os alunos passam a ter quatro horas e 50 minutos de tempo letivo por dia. A grande falha da escola pública reside no fato de o ensino efetivo não preencher todo o tempo exigido em sala de aula.

Outro evento positivo foi o lançamento do programa de combate à miséria tendo como alvo o contingente de 16,2 milhões de pessoas que ganham até RS 70 ao mês. Na campanha eleitoral, a candidata prometia um alvo maior. Mas vá lá, atingir 16 milhões já será uma conquista.

Está sendo extremamente saudável e marcante o baixo nível de tolerância da presidente Dilma à corrupção e as demissões do ministro Palocci e de membros dos ministérios dos transportes e da agricultura vão na direção, a da eliminação da impunidade. O exemplo há de vir do alto.

Finalmente, menciono a decisão polêmica do Supremo Tribunal Federal de reconhecer a união homoafetiva. Além da afirmação do “reino da igualdade absoluta, pois não se pode alegar que os heteroafetivos perdem se os homoafetivos ganham” (ministro Ayres Britto), firma-se um estado laico e republicano que deve atender a todos, independentemente de credos religiosos e éticos. A lei, num Estado de Direito, deve incluir todos, embora a sociedade civil mantenha diferenças.

Mas se o Brasil vive bons momentos, mormente na economia e na criação de empregos com carteiras assinadas, apesar de uma inflação elevada, faz dor constatar o alto nível de corrupção e a debilidade da cultura e vida política. Por mais que se avance em vários setores da vida nacional, a política continua atrasada e em nome da falsa compreensão do que seja a governabilidade o comportamento dos partidos políticos elimina toda e qualquer forma de oposição vigilante e persistente, maculando a nossa jovem democracia.

A democracia liberal representativa exige para seu bom funcionamento o dualismo funcional de “governo e oposição”. Sem oposição firme mais aberta ao diálogo caminha-se para a ditadura de um grupo só. O instituto capital das eleições é claro: governa que tem a confiança da maioria e fica na oposição quem obtém uma votação minoritária. Mas neste nosso Brasil contemporâneo todos os partidos e deputados querem gozar das benesses do governo, falsificando o jogo político e deixando os eleitores a ver navios, com seu voto tornado inútil.

A ausência de oposição fica dramática quando nem escândalos do porte daqueles que estão ocorrendo no Ministério dos Transportes, na esfera federal, e nem o escândalo dos kits sanitários, no âmbito estadual, conseguem provocar uma CPI ou mesmo convocar pessoas supostamente envolvidas a prestarem esclarecimentos na Assembleia, a Casa do Povo. O grande Max Weber considerava as Comissões Parlamentares uma marca central da democracia, um ativo parlamento tendo que supervisionar a administração.

Enquanto o País melhora em muitos aspectos, a cultura política partidária retrocede com a cumplicidade dos governantes e o silêncio impotente dos governados. O Congresso e as Assembleias continuam, portanto, obsoletos, irresponsáveis e, o mais triste, dispensáveis.

Entrevista com Demétrio Magnoli sobre racismo na escola

Na disciplina Teoria Sociológica 1, na turma do segundo período de Serviço Social da FVJ, falamos rapidamente sobre minha opinião a respeito das cotas raciais. A entrevista do professor Demétrio Magnoli é bastante esclarecedora sobre o conceito de raça. Vale a pena conferir:

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Economista Maílson da Nobrega no Roda Viva, falando sobre crise mundial e crescimento econômico

Bloco 1

Cresce em seis vezes o número de moradores de rua em Fortaleza

Em O POVO de hoje:
"Neném” é quase invisível. Não fosse por olhar os carros estacionados na movimentada avenida Dom Luís, pedindo uns trocados, ninguém notaria a presença dele. O homem de 30 anos, que prefere não aparecer para que a família no Interior não saiba por onde ele anda, dorme pelas calçadas, aninhando-se entre caixas de papelão e lençóis velhos. Antes, em Messejana. Agora, “na elite da Cidade”. “Lá (Messejana), arrumei um inimigo na rua. Não tinha mais como dormir com ele. Eu podia dormir e não acordar mais”.
Entre idas e vindas na rua, desde a adolescência, quando veio embora para a “cidade grande” e se envolveu com drogas, trabalhos e casamentos que não deram certo, ele vai vivendo. “Rua é bom. O ruim é na hora de dormir”. Neném, como é conhecido pelos companheiros, é mais um dos tantos que fizeram do relento a própria casa, na Capital. Apesar da dificuldade de mensurar essa população, por falta de pesquisas recentes, dados da Prefeitura revelam que o número de moradores de rua aumentou seis vezes (cerca de 618%), de 2008 para cá.
Em 2008, 235 (adultos acima de 18 anos) eram acompanhados pelos serviços oferecidos à população de rua. Em três anos, a quantidade de moradores acolhidos nos serviços subiu para 1.688. “A gente sente pelos nossos serviços que a população em situação de rua aumentou, sim. Só não sabemos ainda precisar o quanto”, afirmou a coordenadora da Proteção Social Especial da Secretaria Municipal da Assistência Social (Semas), Andreia Cortez. Para ela, a falta de emprego, o envolvimento com drogas e os conflitos familiares têm levado as pessoas às ruas.
“Não é a maioria, mas existem também aquelas pessoas que estão na rua porque querem liberdade, não querem comprometimento com as regras da sociedade. E fizeram disso um estilo de vida”, acrescentou. A maioria, segundo a coordenadora, se localiza no Centro e nas proximidades da avenida Beira Mar. Fernanda Gonçalves, secretária da Pastoral do Povo da Rua, citou ainda bairros com centros comerciais, como Montese, Benfica e Parangaba. “Nesses locais, eles têm possibilidade de se virar para conseguir sustento, como flanelinhas, carregadores de feira”.
Solução?
Apesar de ainda não ter dinheiro suficiente, Neném, que olha os carros na avenida Dom Luís, não quer ficar para sempre nas ruas. Sonha, tem vontade de mudar. Quer reduzir a dependência do crack. E ter onde morar. “Vou me juntar com outro e alugar um cantinho pra dormir sossegado”. Para a Coordenadora do Laboratório de Pesquisas e Estudos em Serviço Social da Universidade Estadual do Ceará (Uece), professora Aurineida Maria Cunha, no entanto, resolver a problemática dos moradores de rua é algo complexo. Vai além do lugar para morar ou de tratamentos para abandonar as drogas.
Ela aposta na implementação de políticas públicas que articulem os direitos à habitação, à educação, à saúde, ao trabalho e ao lazer, por exemplo. Fernanda Gonçalves, da Pastoral do Povo da Rua, concorda. “É preciso mexer com as estruturas. Não é dar esmola, nem migalhas. É garantir que haja uma ação integrada entre os vários setores: assistência social, habitação, saúde...”.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

No Ceará: Dilma promete enfrentar a crise gerando empregos

Investir na construção de novos projetos estruturantes no Brasil será a maneira que a presidente Dilma Rousseff promete enfrentar as novas turbulências econômico-financeiras que se configuram ao redor do mundo.

Este foi o recado deixado ontem pela chefe do Executivo nacional, em sua primeira visita ao Ceará desde que eleita. E, em seu discurso, ainda garantiu: "nós estamos mais fortes para enfrentar a crise". Segundo a presidente, o Brasil não enfrentará recessão. Pelo contrário, irá continuar investindo em obras e incentivando o consumo da população. "Nós vamos enfrentar a crise gerando emprego, assegurando a renda e defendendo o mercado interno", assinalou, apontando o projeto da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) como um exemplo dos empreendimentos que serão incentivados pelo governo federal nessa política.

Ainda em referência à usina siderúrgica, cujas obras de terraplanagem foram lançadas ontem em solenidade no Pecém, a qual participou, a presidente reforçou a importância de diversificar os países com os quais o Brasil possui parcerias comerciais, a exemplo da Coreia do Sul - já que duas das empresas sócias do empreendimento, Dongkuk e Posco, são de lá.
Veja a reportagem completa de Sergio de Souza no Diário do Nordeste de hoje.